segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Memórias Dum Átomo






Aqui no mundo dos vivos, os olhos são a alma do tempo, que vêm tudo, deseja-se tudo, sabe-se de tudo; até mesmo das coisas que povoam o estro ─ como aquela musa de outrora, parida pelos sonhos: Era ela a própria encarnação, um céu copulando com os deuses num êxtase transbordante e cheio de volúpias necessárias. Quando sonhava, dava-se a pensar na vida feito um transeunte vadio que está perdido nos dias sem o rumo certo do reverso, querendo o afago jeitoso das coisas simples, entregue aos retoques mais elegantes. E ao fim, sua alma franciscana, amante de silêncios, jazia fria no pomar da inércia; sonhadora do seu tempo. Agora, quando sonhava, era a própria poesia refletida no papel como um folheto secreto, repleto de infinidades e singularidades.


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