quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Santuário dos Templários


Aqui nestas plagas sonolentas, há de se ter vidas insones que verteram suas almas decaídas em batalhas nem sempre vitoriosas, mas os tempos de outrora trarão seus feitos inglórios pelas sinas do ermo em devaneio, e quando em suas súplicas vertidas, as batalhas pelo fervor das oblações fizeram de seus dias, nomes que entraram para a História como vultos de uma fé que passeia pela eternidade como transeuntes a clamarem pelo perdão de outras épocas.


Catedral de São Raimundo Nonato/PI - Gênesis Naum de Farias/
Óleo sobre Eucatex. Coleção Particular.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Mercador de Sal





Quando o tempo em carne
Nasceu na canção das infâncias,
O alforje das revoadas previu notícias
No afã das árabes primaveras.

Partiram-se noites, varreram-se tempestades
A morte repartiu-se por entre mundos
Em despidas e benções e adeuses
Nascendo na canção de outros mundos.

O sonho partido varou noites
Os medos esmagaram crenças
A solidão tragava as lonjuras
O cais paria a saudade...

O mar trazia notícias
Partindo a estação das cores
Deixando decaídas lagrimas
Na guerra dos revoltos corações.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Memórias Dum Átomo






Aqui no mundo dos vivos, os olhos são a alma do tempo, que vêm tudo, deseja-se tudo, sabe-se de tudo; até mesmo das coisas que povoam o estro ─ como aquela musa de outrora, parida pelos sonhos: Era ela a própria encarnação, um céu copulando com os deuses num êxtase transbordante e cheio de volúpias necessárias. Quando sonhava, dava-se a pensar na vida feito um transeunte vadio que está perdido nos dias sem o rumo certo do reverso, querendo o afago jeitoso das coisas simples, entregue aos retoques mais elegantes. E ao fim, sua alma franciscana, amante de silêncios, jazia fria no pomar da inércia; sonhadora do seu tempo. Agora, quando sonhava, era a própria poesia refletida no papel como um folheto secreto, repleto de infinidades e singularidades.