domingo, 22 de junho de 2014

Lançamento do Romance do Poeta



A ALDEIA DO TEMPO - Uma Introdução Amorosa aos Lugares de Memória da Vila Rica do Ouro Preto.

O mergulho no mundo das ideias de uma outra época dá o tom para a busca pelo equilíbrio e comunhão nesta primeira ficção romanesca, e quase sempre depende de frases não ditas e perguntas não feitas ao passado. Por Gênesis Naum de Farias.



A discussão deste romance histórico, que é por si mesmo um ensaio crítico, assume o compromisso de refletir as questões que interessam às mudanças cruciais ocorridas no Brasil Colonial quando do advento da Inconfidência Mineira, quando um velho frade da Vila Rica Colonial retorna do passado sombrio, nas masmorras da Fortaleza Ilha de São José das Cobras no Rio de Janeiro, para relatar o que viu e experenciou com o terrível processo das Devassas. Um homem que encontrou a liberdade no lugar mais improvável de sua alma: no nobre ato de querer confessar-se com os homens. O livro relata o seu envolvimento no motim que deflagrou numa considerável resolução sobre o conflito político entre a Conjura Mineira e a Corte Portuguesa nos idos de 1789, bem como ao modo como se aplicou a causa. E com certa confiança em demasia, relata seus feitos nas tramas da História, atravessando outros riachos numa epopéia de sofrimentos, eternamente recortada por tempos sonoros, onde a liberdade quase que tardia norteava sonhos tão antigos quanto o vasto solo brasileiro... A personagem principal se coloca neste tumultuado devaneio por ter rompido o recato, honrado e delicado, ao expor em público seus erros e suas misérias, angústias e desilusões, forçando-se a rasgar o véu de decência que o tempo cuidará de cicatrizar, sem a pressa de uma certeza rápida para o desenrolar dos acontecimentos tardios. A personagem expõe também suas fragilidades de modo singelo e cru, pondo-se diante do indulgente cenário desta terra sitiada pelo dramático, mas visceral acontecimento. É bem sabido que o mês de outubro de 1788 foi o mês em que culminou o processo de levante pela libertação das terras brasileiras nas Minas Gerais. Tempos depois, as lembranças da personagem no enredo seriam resguardadas à total indolência e ao desespero odioso de uma ansiedade provida pelo que foi pensado e executado, e pelo que foi desfeito a contragosto de todos com períodos de total indefinição e alheamento, pois muitos dos seus companheiros de ideais passaram por excussões desumanas ou períodos de extradição lamentáveis não só corpóreas, mas espirituais, revelando a simplicidade e devoção de uma vida caótica e pobre. Muitos foram torturados, outros trucidados e, outros tantos que faziam parte do clero constituído, foram relegados a uma pena não publicada nos anais da referendagem popular, mas como a historiografia documentou, sofreram na pele a dor de serem punidos – como os desviantes no Inferno – com sinais de indignidade e impiedade recorrente do ódio demoníaco dos poderosos representantes dos monarcas, quando, indefesos, foram renegados, como os anjos traidores, e confinados em masmorras fétidas e claustrofóbicas – como foi o caso destas personagens – sem o mínimo balbuciar de vozes errantes (tão reconfortantes nesses momentos) fora das prisões. Tudo isso por terem sonhado com a libertação dos homens cativos em prol de uma civilização igualitária e por ter planejado e conspirado para tornar independente o povo brasileiro. O Abolicionista Joaquim Nabuco sentenciaria: “(...) As lendas hão de sempre viver, como raios de luz na treva amontoada do passado, mas a beleza delas não está em sua verdade, que é sempre pequena; está no esforço que a humanidade faz para assim reter alguns episódios de uma vida tão extensa que para abrangê-la não há memória possível...”.
No Evento acontecerá: 
Conferência: Entre Simbologia e Imaginário: Construção e Desconstrução dos Mitos na História do Brasil Republicano.
José de Arimatéa Vitoriano de Oliveira
Professor Mestre em História/UESPI/UFC
Local: Pátio Central da UESPI
Dia: 03 de Setembro de 2014 (Quarta-Feira)
Horário: 20:00 horas
Entrada Franca: Será fornecido certificado 
Universidade Estadual do Piauí – UESPI/Campus Ariston Dias de Lima/Rua Antônio de Carvalho, s/n – Centro, São Raimundo Nonato (PI) - Brasil - 64770-000 - Telefone: (89) 3582-1312 e-mail: nucleofoucaultiano@gmail.com -                       Imprensa Foucaultiana®